Poema do mês
Revoltar-me?
Para
quê?
Tudo
o que recebo são represálias,
não
posso falar,
não
posso agir,
não
posso fugir,
não
posso viver.
Revoltar-me,
para quê?
A
vida escapa-me entre os dedos
como
o fim da tarde pelas persianas
O
sol? Vejo-o, mas não lhe toco.
O
horizonte? Vejo-o mas não o atinjo.
Futuro?
Não o vejo, nem o sinto.
Como
numa depressão, sinto-me fechado,
sozinho,
entre outros, mas sozinho.
A
minha revolta é única. Só eu a sinto.
Tristeza,
desgraça a minha.
Pedir,
nunca pedi. Só peço pela liberdade
que
não me é concedida.
Injustiça
rodeia-me!
Porque
sou assim?
Porque
estou assim?
O
direito tem-me mas eu, a ele, não o tenho…
Sou
de todos menos de mim mesmo.
Oprimido
e controlado me sinto.
Todos
me controlam, mas não me controlo a mim…
Fugir?
Sim!
Como?
Desconheço…
Não
posso agir,
não
posso fugir, não posso viver.
Revoltar-me,
para quê?
Inês
Vilhena, 12º D, nº 15
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